Cemitérios sem história
Vinicius Diniz Rosa
Apenas campos verdes
Sem nenhuma sombra de estátua
Apenas campos verdes
Tão sem graça quanto a vida
Que ousaram dizer que tinham
Lápides com placas vazias
Apenas o nome e uma surrada fotografia
Nada mais... Nada mais...
Sem nenhuma lembrança de grandes feitos
Sem nenhuma arte que os lembrassem
Sem nenhum símbolo para Deus
Ou para o que acreditavam
Cemitérios vazios e sem história
Como o tempo que os criou
Longe de suas igrejas
Longe de suas famílias
Longe de suas vidas
Como o tempo que não mais
Contam histórias para seus filhos
Sobre seus fantasmas amigos
Como o tempo que quando não
Perde-se tentando reinventar a roda
Perde-se em rancores inúteis
Cemitérios vazios,
Cemitérios sem histórias,
Cemitérios tão sem graça
Quanto a vida que dizem ter
E que dizem levar...
Cemitérios sem lembranças
Pois nada construíram para recordar
Cemitérios da igualdade
Sem histórias para contar
Sem lendas para nos assombrar
Tanto no sentido do espanto alegre
Quanto no sentido da tormenta triste
Apenas valas com corpos colocados
Sem nenhuma lembrança
Nem do amor que um dia
Esqueceram de se dar
Cemitérios frios
Cemitérios vazios
Como nosso tempo...
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