Procurar pode, achar é outra história...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Outra História - Boa leitura

História de Vinicius Diniz Rosa© - Fogo infernal


O que queima? O que salva? O que julga? O que rouba? O que é ser humano?

Capitulo 1: Passagem dos incrédulos

“Não citarei países, não citarei cidades e muito menos bairros... Darei referencias talvez, procure! Direi a verdade, quem sabe? Porem citarei nomes e acontecimentos, afinal sou um anjo ou um demônio!”
- Como está? – Perguntava o Doutor Henri ao paciente, que o respondia com má educação:
- Quem é o médico aqui?
- Ora! Como posso te tratar se não me trata com respeito!
- Hum, vocês doutores se acham os maiores, mas no fundo riem de nossa ignorância e necessidade!
- Como ousa dizer isto de uma pessoa que salva vidas?!
- Dá mesma maneira, que, o senhor ouso me atender sem perguntar meu nome!
- É claro, como quer que te perguntes se nem me diz o que sente... E eu o li na ficha!
- Leu, então diga-o!
- Não me lembro!
- Não se lembra ou não quer se lembrar?
- Não me lembro!
- Errado, agora eu irei te tratar... Você acredita em demônios?
- Não sei! – Responde o médico ficando com medo daquele paciente que se chamava...
- Doutor o senhor deveria saber, pois o nome que está na ficha é Satã!
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
- Não grite, estou na sua frente!
- Peguei muitos plantões, preciso dormir...
- Não! Você precisa me acompanhar...
- Para onde?
- Para um belo lugar conhecido como...
- Inferno.
- Não, idiota, conhecido como Passagem dos incrédulos!
- Por que possui este nome?
- Descubra, Hahahahahaha!
Ao ecoar da risada a sala se desmontou em brasa, um fogo acendeu, e uma passagem belamente produzida apareceu!
- Onde estou?
- Está na Passagem dos incrédulos!
- Por que teve de me trazer aqui?
- Você merece é seu castigo!
- Como assim?
- Como você é chato, pare de fazer perguntas!
- Desculpe – Pedi Henri abaixando a cabeça – É que sou médico, sabe, mau da profissão... Pesquisador nato.
- Hum, humanos sempre tendo desculpas...
- O que vai fazer agora?
- Te jogar dentro do paraíso!
Satã empurra o médico para dentro da passagem, onde ele foi parar? Por que ele? Talvez nunca saibamos qual razão o diabo tem para este ser do pecado.

Capitulo 2: Palco sujo

- Onde estou? – Se perguntava o médico.
- Olá – disse uma bela voz.
- Quem me cumprimenta?
- Sei que não me vê, mas não seja mal educado!
- Outra coisa estranha!
- Ahhhhhhhhhhhh! Pare de me insultar! Parece que é a primeira vez que me escuta?!

- É a primeira vez!
- Ahhhhhhhhhhhh! Ele não lembra de minha doce voz!
- Desculpe, mas acho que nos falta uma apresentação!
- Esqueça! Henri te odeio! Te odeiooooooooooooooooo!
A voz grita e Henri se pergunta como sabia seu nome, um ser escuta o desespero e vai até o Palco sujo, com ar revoltado, outro ser em forma de um pássaro azul começa a cantar para a apresentação:
- Henri fez a fada invisível chorar.

Com isso vai receber a visita do cruel revoltado!

Ele vai se arrepender de ter nascido

Ele vai cair em tentação

Nas desgraças da vida!

Ele vai se arrepender

Não vai ter beleza alguma quando ele receber a visita do personagem diabólico!

Ah, como vai ser sanguinário, como vai assustar.

Tampe os ouvidos das crianças o monstro vai chegar!

Ele gritara

Ele se arrependerá!
O pássaro grita apavorado:
- Ele chegou! Deixe-me sair! Deixe me sair!
A fada invisível chorando grita:
- Ahhhhhhhhhhhh! Mate-o! Ahhhhhhhhhhhh!
Henri olha o ser gigante, e diz:
- Espere, por favor, vamos conversar?!

O gigante parece não ter ouvido e o ataca com fúria... Henri sai correndo e diz:
- O que eu fiz?
Uma lembrança lhe vem a mente...
- Doutor salve meu filho... – Dizia uma mãe chorando como a fada invisível!
- Seu filho vai morrer! A doença dele não tem cura!
- Não! Os outros doutores iriam salva-lo, por que não ajuda?
- Estou na minha folga senhora, me deixe!
Henri correndo do gigante olha para o rosto do ser e vê a cara da criança e começa a chorar.
Um homem em uma nuvem desse e diz a cantar:
- Você foi mal!
Você matou!
Você recusou!
Você destraçalhou!

O coração da mãe, chorou!
E vai se vingar!

Agora não, fuja da verdade!
Arque com suas dividas!
Henri se arrependia e via as cenas da criança morrendo, da criança que matou por folga...
O palco sangrava e a fada chorava, a criança batia no chão pedindo vida, mas infelizmente ele não podia mais ver a mãe!
Henri conseguiu fugir do palco e saiu em um...

Capitulo
3: Parque das rosas de sangue

- Onde estou agora? – Perguntou Henri a si mesmo.

- É cego?! – Disse o pássaro azul.
- Você de novo!
- É eu de novo, agora responde... É cego?!
- Como é ignorante...
- É cego?
- Não!
- Então como não sabe onde está?
- Passarinho chato! Não sei onde estou pelo simples fato de nunca ter vindo aqui antes!
- Nunca ter vindo aqui! Hum e eu sou idiota...
- Como? Eu já estive aqui?
- HAHAHA! Henri se não sabe se esteve aqui, como eu vou saber?!
- Não sei!
- Humanos...
- Por que fugiu daquele lugar? – Perguntou Henri ao pássaro tentando uma amizade.
- Ora, fugi, pois devia me proteger... Nunca se sabe do que um filho é capaz para defender sua mãe!
- Entendo, mas o que devo fazer para sair daqui?
- Sair? Hahahaha! Ninguém sai.
- Como?!
- Aqui é um lugar para pagar seus pecados, ninguém sai daqui... Você já morreu!
- Morri?!
- É, idiota, MOR-RE-U! Está morto, acabado.
- E você me diz isto com calma!
- Claro!
- Claro?
- É, imbecil, não fui eu que morri!
- Como pode ser tão individualista?
- Ora! Como pode ser tão individualista? Eu é quem devo perguntar!
- Está certo! Nunca fui de merecer perdão.
- É, você foi péssimo em tudo!
- Por que estou neste jardim?
- Você traiu! Agora vou indo, tenho muito o que fazer.
- Espere! Como sabe que eu trai?
- Aqui neste mundo, nós os seres sabemos tudo de cada ser humano!
- Como pode saber tudo?
- Como pode, bem que Satã falou você faz muitas perguntas...
- Desculpe, mas...
- AH! Vou indo, deixe o “mas” para depois... Só te darei um aviso, cuidado! Até.

- Não vá! – Henri fez o pedido tarde demais, pois o pequeno pássaro azul já havia partido.

- E agora, o que vou fazer? – Disse Henri olhando para o céu vermelho, como as rosas do jardim.
- Olá Henri!
- Está voz? É de meu primeiro amor!

- Não me chame de amor! – Disse a bela mulher tocando os ombros de seu ex-amor.
Henri se vira e se apavora com a ridícula, a mulher era bela de corpo, mas os peitos estavam destroçados e o coração estava exposto.
- O que foi meu ex-amor? Tem nojo de mim?
- Gulp... Não.
- Não. Então beije meu coração!

- Não posso!
- Por que não pode?
- Está...
- Nojento! – Disse a mulher gritando e o abraçando, as rosas vermelhas do jardim começaram a murcham e virou sangue, a mulher retoma a palavra:
- Você nunca me amou! Você me traiu com aquelas mulheres de bar! Você me fez morrer, você traiu sua profissão!
- Me solte!
- Não, deixe-me te dar o abraço da desgraça!
- Me largue!
- Não, pois quero te transforma numa rosa suja!
- Pare! – Gritou Henri a empurrando.
A mulher caiu no chão e Henri escorregou no sangue das amantes.
- Beba! – Gritou a mulher – Você não às amava! Então Beba!

- Não! Isto é nojento! – Chorava Henri...
- Eu sei isto é nojento como sua vida! Podre infame!

O sangue se tornou um redemoinho e como se tivessem dado lhe a descarga, caiu feito fezes em outro lugar...

Capitulo 4: Branco

- E agora onde estou?
- Não sabe?
- Não... Você de novo!
- Sim!
- Por que aparece sempre? Pássaro Azul.
- Isto é uma boa pergunta.
- Tenho uma curiosidade!
- Outra...
- Desculpe.
- Não perca tempo, pergunte.
- Por que aqui tudo é branco?
- Você não é médico!
- Faz sentido...
- Não, não faz... HAHAHAHAHA! Até.
- Não vá! – Novamente Henri grita tarde demais – Que pássaro estranho.
Lagrimas escorriam das paredes, Henri ficava com medo, até que Satã apareceu.
- Como está indo sua penitencia? Henri.
- Pare!
- Não, eu castigo!
- Por quê?
- Você irrita... Pare de perguntar! Isto cansa...

- Não pararei! Por que me matou?
- Chegou à hora! E por que reclama? Você matou tanta gente!
- Quero viver!
- Que humano não quer, mas não sei sua opinião, só sei que eu prefiro os que sabem viver!
- O que insinua?
- Nada apenas o obvio!
- Como?
- Chega de perguntas aprenda a pensar!
- Droga, eu morri! E até aqui eu recebo lição de moral... Não estou entendendo nada do que está havendo aqui...
- Isso era de se esperar.
- É claro! Satã você não me engana mais, desculpe-me, mas eu descobri sua jogada!
- Am...
- Isto é um sonho, é isto mesmo, um sonho.
- Então acorde!
Henri fecha os olhos, mas quando os abre não se vê em seu consultório e sim naquele local branco e com Satã a sua frente.
- Como foi acordar do sonho, HAHAHAHAHA!
- Chega!
- Não, afinal sabe o por que desta sala branca?
- Não, pois o pássaro azul não me deu uma resposta clara!
- Ele nunca dá! E nem eu te darei!
- Como?
- Ande e descubra, afinal é você que está em sentença, até mais Henri...
- Não vá... – É tarde demais, pois Satã desapareceu.
- Droga, pareceu até o pássaro azul! Bem vamos andar e vê aonde vou cair!
Ele anda e um buraco é aberto, para onde não se sabe, pois ele caiu na...

Capitulo 5: Escuridão

- Agora alem de não saber onde estou, não posso ver um palmo a minha frente!
- Desculpe, mas quem disse isso? – Pergunta uma voz misteriosa, que foi seguida de varias outra vozes!
- Eu ainda quero ser recebido pelo pássaro azul... – Disse Henri com medo.
Uma luz passava iluminando aquele riu e revelando todos os barcos com destino ao julgamento! O pássaro azul estava no ombro de Satã, guiando os sentenciados ao julgamento. Eram tantos barcos lotados, gente rica, gente pobre... Era admirável a visão, dava medo, logo adiante via-se uma longa escada ao céu e lá esperavam Jesus, Maria e Deus pai.
Henri gritou:
- Satã, o que seria isto?
O pássaro azul disse:
- Só podia ser ele, para que tantas perguntas?
Satã virou-se e disse:
- Povo humano, racionalmente burro! Para que tantas duvidas? O que querem saber?
O povo berrou:
- Queremos saber para que servi tudo isto?
- Calem-se! – Gritou Satã – Não há necessidade, fracamente vocês já morreram!
- Nós sabemos, mas por quê? – Perguntou Henri.
- Tinha que ser, você não se cansa! Por que não para de perde tempo com perguntas inúteis e passa a se arrepender dos seus pecados, afinal para que acha que mostramos algumas memórias?!
- Satã!
- Henri deixe de ser burro! Pense, a duvida é importante, mas em vida... Você morreu! Aceite isto!
- Satã!
- Pare de dizer meu nome, pense na criança que assassinou, pense na amada que traiu!
- Satã!
- Humano tolo! Será que não vê... Ainda queremos te dar a chance do paraíso!
A palavra afogou Henri é um rio de duvida, afinal o que ele valoriza?
O pássaro azul perguntou:
- Henri o que valoriza?
- Eu não sei...
- Como não sabe?
- Eu não sei!
- Burro! Você vai queimar! Vai queimar no fogo do inferno e eu ainda quis te dar a liberdade!
- Pássaro!
- Desculpe não me apresentar antes, mas me chame de Miguel!
- Arcanjo!
- Isto é para você ver!
- O que?
- Vê que lutam por coisas vagas!
- Está errado!
- Então por que trai? Por que mata?
- Não sei, não sei!
- Por que age como se fosse adolescente?
Henri arregala os olhos e lembra:
- Filho o que quer ser quando crescer?
- Não sei!
- Filho por que só diz não sei?
- Nunca parei para pensar...
- Filho qual faculdade irá escolher?
- Não sei mãe por que não escolhe para mim!
- Está bem que tal medicina era o sonho de seu pai...
- Está bem farei medicina...
Henri se fechou e a escuridão voltou, ele percebeu o quão idiota foi, outra memória veio átona...
- Henri você me ama?


- Amo!
- Muito?
- Não sei.
- Tudo bem, mas eu te amo muito!
- Eu também!
Henri lembrou da mentira, e descobri o motivo de ter traído o seu primeiro amor, mas outra memória vem átona.
- Doutor salve meu filho...
- Seu filho vai morrer! A doença dele não tem cura!
- Não! Os outros doutores iriam salva-lo, por que não ajuda?
- Estou na minha folga senhora, me deixe!
Henri se pergunta agora:
- Por que menti? Eu poderia ter salvado, eu poderia!
Miguel responde:
- Poderia, mas mentiu por egoísmo e não só para ele, mas deixe. Deus que vai ter julgar.
- Eu quero viver de novo, fazer diferente!
- Agora é tarde!
- Muito tarde – complementa Satã – Você foi mal, muito mal!
O povo começa a cantar:
- Você foi mal!
Muito mal!
Você se achou superior e morreu como todos!
Você foi mal!

Muito mal!

Para que?
Não sabe responder!
Para que?
Vou exigir a resposta!
_________Henri____________
Às vezes caminhei
Sobre os pensamentos vagos!
Eu não sei responder
Nenhuma questão
Sobre mim isto me dá medo!
*

__________________________

Você foi mal!
Muito mal!
Para que?
Não sabe responder!
Para que?
Não sabe responder!

- É assim que quer que seja? – Perguntou Miguel.
- Não!
- Então por que permiti?
- Não me faça estas perguntas!
- Vai continuar fugindo das verdades até na morte? – Perguntou Satã!
- Não!
- Então ache a resposta antes que seja tarde, pois chegamos!
- Onde!
- No local do...

Capitulo 6: Julgamento

- Eu sei onde estou, mas não sei se vou saber me defender!
- A escada é longa, mas como estão mortos nem vão sentir a dor... – Disse Satã entediado.
Todos subiram, os julgamentos passaram e finalmente chegou a vez de Henri!
- Henri! – Deus chamou – Tome a frente!
Henri obedeceu e seu julgamento começou...
- Antes de tudo, posso fazer um pergunta?
- Sim – Disse Jesus.
- Por que Satã ajuda?
- Porque ele na verdade é o que nos conta o que o ser fez em vida!
- Como?
- Sim, ele antes de vocês o taxarem como mal, eles os entregavam ao inferno, ele diz a verdade!
- Podemos começar? – Disse Maria.
- Sim... – Disse Deus.
- Eu ainda tenho duvidas, mas deixe quieto!
- Henri Santos Rodrigues de Melo, médico formado pela faculdade (escolha sua)... Morto no dia de seu aniversario de 50 anos, te condeno ao inferno!
- Calma Deus, ainda não! – Disse Maria.
- Sempre interrompe, será que não viu que ele só fez o mal na terra?!
- Eu vi, mas Satã temos que perdoar!
- Perdoar?
- Ele está certo, Maria! Não se perdoa um homem como eu!
- Não diga isso!
- Digo e repito, pois não se perdoa um homem que não sabe o que quer, um homem que responde “eu não sei” para tudo... Até os loucos tem certeza de alguma coisa.

- Pela sua coragem, eu acho que deve ir ao paraíso, vejo que se arrepende... – Diz Jesus.
- Na verdade vejo que não me arrependo de nada, foi até divertido! Quero ir ao inferno que é o meu lugar!
- Então como já foi sentenciado, Satã leve ele ao inferno.
Satã o pega pelos ombros e diz a ele:
- Corajoso e idiota!
- Eu sei! Eu sei!
Uma porta se abriu e Henri viu seu cortejo fúnebre, foi o enterro, mas triste que presenciou, não pelo fato dele estar no caixão e sim pelo fato dele ter sido enterrado como indigente, pois não teve ninguém para cortejá-lo...

Depois de assistir o próprio enterro, foi queimado no fogo do inferno e morreu para a vida eterna!

Fim.


História de Vinicius Diniz Rosa© - Fogo infernal

Nenhum comentário:

Postar um comentário