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terça-feira, 25 de setembro de 2018

O alegre circo de Guilherme 6

O alegre circo de Guilherme 6
VINICIUS DINIZ ROSA·MONDAY, MAY 28, 2018
- Com essa chuva a gente não pode montar o circo mestre Guilherme. - Disse um vampiro. - Eu sei, posso te fazer uma pergunta? - Claro mestre! - Essa chuva te queima de alguma forma? - Não mestre... - Então deve ser só um delirium... - Eu não sei mestre... - Vai para o seu trailer e descanse, faça os outros descansar também, infelizmente hoje parece que não vamos ter sangue novo... O vampiro fez o que Guilherme pediu, Guilherme sentou-se na rua mesmo para sentir a chuva que o aquecia de alguma forma - Isso é estranho como tudo a minha volta, mas me acalma, posso fechar os olhos e vê-la - Guilherme viu sua esposa brilhando e viu também Domingo que parecia sussurrar algo, a esposa de Guilherme se aproximou dele fez nele um simples carinho e deu nele um simples beijo, e então Guilherme escutou a voz de seu amigo Domingo dizendo - eu o perdôo - Ele abriu os olhos e sem entender sorrio. No inferno o Demônio sentiu uma apunhalada algo dentro dele se quebrava, Domingo sorria e em fim descansava sem mais se importar com a morte. - O que está acontecendo? - Perguntou o demônio, sentindo mais uma apunhalada, ele abriu os olhos e viu Guilherme sentado na chuva chorando por ter visto sua esposa e sentido que estava tudo bem. Ele dançava na chuva que o queimava, ele pulava de alegria e virando morcego voo para a mesma lua que iluminava o céu do dia que o incêndio levou sua amada. E então algo o derrubou e ele abandonou sua forma de morcego e caído no chão viu o demônio. - Acha que acabou? - Eu a vi, ela estava linda brilhando como o sol que me tirou. - Por que você vampiros tem de ser tão poéticos? Deixe de besteiras e volte para o que tem de fazer. - Não há nada a fazer... Eu a vi... Eu a vi e ela estava linda como no último dia, ela está me chamando e eu vou com ela. - Você acha que as portas do céu se abriram assim para você? Você matou crianças arrancou suas almas, você é vingativo, praguejou contra aquele que nós criou! Você é meu troféu e seu circo é minha vitrine de medalhas! - Eu também vi Domingo e entendi o porquê dele se matar, ele viveu, ele se deu o que mais queria e merecia ter, mesmo que isso lhe custasse tudo, ele se sacrificou... Ele se sacrificou por eu não ter tido a coragem de me sacrificar, por medo de condena-los, Domingo eu não mereço seu perdão! - Do que está falando?! Ele está no inferno sendo torturado por que você por seu egoísmo vendeu a alma dele e de todos de sua trupe em troca do amor de uma única pessoa que já a muito estava carbonizada! - Não está carbonizada, eu a vi e ela me abraçou... Não disse uma palavra, pois de fato não precisava dizer nada, mas me aqueceu, e está doendo - Guilherme desabotoou a camisa e mostrou seu tronco queimando. - Eu sei que não mereço o perdão, entendo, vamos fazer uma troca... - Quer barganhar de novo - Sorrio o demônio - Você não aprende nunca. - Você devolve a vida a Domingo e me leva em seu lugar, pois eu não mereço seu perdão... - O que ganharia com isso? - Posso ser seu vampiro capacho até o dia que alguém me enfie uma estaca, só liberte Domingo e me coloque no seu lugar no inferno, ele não merece pagar por um crime que não é dele, eu pago! - Não... - Por que não? - Está errado... Todos vocês estão errados! Não! Guilherme olhou para o demônio que parecia se torturar. - Não há nobreza na humanidade! Não há! Você não escolheu o amor para barganhar comigo, você escolheu a vingança! Todos vocês estão errados! ERRADOS! As correntes que prendiam Domingo se desintegraram e ele ganhou asas e como fênix apareceu voando e também brilhando para o demônio. - Você está errado! ERRADO! - Gritou. - Você não precisa aceitar... Você já pertence ao inferno... - Disse Domingo, Guilherme olhou para a figura de Domingo sem acreditar e a abraçou pedindo perdão para o amigo que sempre esteve ao seu lado, perdão por ter roubado lhe a alma, consumido-lhe o espírito, arrancado-lhe a vida e isso queimava Guilherme que não aguentando virou um morcego e voo para a lua virando pó e abraçando sua amada esposa. - Você não devia ter feito isso! Você condenou todos eles ao mesmo destino! - Apontou o demônio para os trailers. - Você tirou o mestre deles! O que acha que irá acontecer - Nisso o demônio pareceu se recompor. - Obrigado pelo caos! Sem um mestre os vampiros se desnortearam e viraram feras atrás de sangue, principalmente por não perdoarem seu mestre, Domingo tentou conter a euforia, mas eram muitos vampiros desesperados que corriam pela noite, nas sombras para poderem continuar no plano da existência. - No fim algo do mau sempre fica! - Disse o demônio. - Pode fica, mas não muda o fato que você viu o perdão! E isso não muda o fato que não importa o seus experimentos, a sua tentativa infindável, ainda haverá no caos uma flor a nascer... - Está mentindo! - Você é o lorde da mentira então sabe mais do que eu que não estou. - Disse Domingo. O demônio recuou - Quem é você? - Eu não sei, me chamaram de Domingo! O demônio gritou e partiu para nunca mais... Porém nunca mais é muito tempo... Vinicius Diniz Rosa Fim

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