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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Meus fantasmas


Meus fantasmas 
Vinicius Diniz Rosa

Existem certos fantasmas que nunca morrem 
Existem certos momentos da vida que grudam 
Que simplesmente não deixam vossa mente 
E te tortura, e te faz querer lutar pela sua permanência 
Mesmo que isso pareça loucura 
Pois quem ama não deixa e nem quer que parta 
Pois quem ama tem todo o mal em seu coração 
E quer ao lado, e quer possuir, até mesmo destruir 
Para poder se sentir livre novamente 
Mas não consegue e por isso tortura e por isso se tortura
E se torna um ciumento, um possessivo até mesmo arrogante 
Pois está cegado por tanto amor 
Que não deixa certos fantasmas morrerem 
E simplesmente se tornarem poeira do tempo 
Isso é impossível pois ainda amamos
E quem ama não larga, quer proteger a todo custo 
Mesmo que seja uma coisa insignificante 
Ou mero objeto frio e seco 
Mas que lhe traz as lembranças da infância 
Ou de qualquer momento que lhe fora importante 
Por isso há fantasmas que nossa mente 
Mesmo sabendo ser uma grande ilusão 
Prefere abraçar e levar para a cova 
Toda a saudade que nunca poderá se desfazer 
E plantando essa semente a cada dia 
E por isso eu sou possessivo 
E por isso eu sou incapaz 
De me desfazer de cada objeto ou pessoa 
Que penso ter conquistado
São meus fantasmas que não consigo 
E nem quero me desfazer 
Seja por qualquer tipo de causa 
Eu prefiro morrer com essa cruz 
E eu morrerei com essa cruz 
Pois eu amo esses fantasmas que a terra engoliu 
Ou que ainda a de engolir 
Quando me engolir 
São meus fantasmas e eu não os odeio 
Eu morro por eles 
Mesmo que eles não me dobrem um dedo 
Em meu agrado
E eu sei, e eu sublinho 
Que isso parece loucura 
E quem poderá responder 
Se é ou não é
Alguma loucura, pois quem nessa terra 
Tem alguma sensatez...

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