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sábado, 8 de setembro de 2012

Nomes





Aconselho que leia com o video acima rodando, obrigado.
 
Nomes
Vinicius Diniz Rosa

Qual o meu nome? Pergunta... Qual o meu nome?
Eu deveria ter um nome? Eu deveria ter uma identidade?
Por que? Para facilitar os julgamentos?
Os julgamentos, que saem de seus olhos cegos?
Os julgamentos, que saem de sua boca muda?
Os julgamentos, que saem de seus ouvidos surdos?
Para que me apresentar?
Para que quer me conhecer?
Para julgar e julgar, mais um!
Transformar-me na vitima perfeita
Para se dizer que é o bom moço ou moça
Patético
Inexplicavelmente
Patético
Querem um nome! Um especial nome!
Para poder dizer
O que?
Um nome! Para colocar na boca
Para que?
Para dizer que é herói
Para dizer que é vilão
Para dizer que salvou...
AH, mas as lagrimas
Escuta o nome
Jesus, Judas
Herói, vilão
Um nome!
Seu nome!
Para gritar, por na minha boca
Que ciclano é valoroso
É fulano é desumano
Para criar os belos
E acusar os monstros
Para iludir e para cantar
Um nome! Querem um nome!
Jesus para ser apedrejado e machucado
E depois pedir lhe o perdão
E chamar de salvador!
Judas para ser usado, ser necessário
E depois pedir lhe que de a pedra
Para tacar lhe na cabeça
E enforcar-lhe, chamando o de traidor!
Perdão, perdão
Equivocado perdão
Um nome! Dois nomes! Três!
Só nomes!
Para poder dizer que matou
Para poder dizer que amou
Que nome, qual nome?
Deixem gritar todos os tolos
Com suas bandeiras ao vento
São nomes! Nomes de paz
Nomes de guerras
Mas só nomes
E que nomes! Grande nomes!
Que hoje jazem enterrados
Em suas grande covas
Em seus belos caixões
Só nomes!
Nomes da mentira
Nomes da verdade
Só nomes!
E que belo nome vai criar
Para seu filho, ou filha
Para se amigo ou parente
E qual nome vai lhe dá
Qual marca vai lhe entregar
Qual rotulo quer que o siga
Qual nome quer que o chamem?
Qual? Qual? Qual?
Cai por terra!
Cai por terra!
Para que nós túmulos, escrevam as mentiras!
Para que nós túmulos, escrevam os remorsos!
Para que nós túmulos, escrevam os rancores!
Para que nós túmulos, escrevam os arrependimentos!
Por isso, o cemitério
É o lugar mais belo
E mais pacifico
Pois lá a mentira e a verdade
Descansam os nomes
Sem mais nenhum proposito
Apenas nomes, só nomes.

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