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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Asas do medo

História de Vinicius Diniz Rosa© - Asas do medo

Eu vi! Eu senti, era material, era pavoroso e batia asas... Me cobria de penas e sangrava!

Capitulo 1: Visões

A noite caia e a cidade ficava sombria e isolada, era um deserto belo nas ruas só as sombras das casas e prédios, seria o fim do mundo... Pois a cidade que digo é São Paulo, em um futuro insano e imaginário... Bem vindos ao meu mundo!

...

Bem vindo? – Acordava Pablo se perguntando – Ah deixa pra lá, hora de ir para o trabalho!
Ele se levantou, foi ao banheiro e tomou um banho frio, colocou uma roupa e saiu as pressas, pois estava atrasado.
No caminho do serviço, Pablo para em um farol vermelho e vê pessoas deitadas no chão pedindo água e comida aos que passavam, as pessoas estavam morrendo era nojenta aquela visão, ele ficou aflito e saiu do carro estendendo a mão ao nada dizendo:
- Irei te ajudar!
Os carros que estavam atrás e os pedestre que passavam, começaram a dizer e a buzinar:
- Está doido! Quem será que ele vai ajudar? Ali não tem ninguém! Hahaha.
Ele pisca e quando revê tudo percebe que não havia nenhuma daquelas coisas que tinha visto, mas será que só eram visões.

Capitulo 2: Sopro

Rapidamente entra no carro e acelera, chega 10 minutos atrasado no serviço e recebe uma chamada de seu chefe, ele fica sem o que responder e vai até sua cabine e começa a vender seus cartões.
Pablo é um operador de telemarket, vendia cartões por telefones e era ótimo no que fazia, mesmo odiando o emprego.
Alo – Disse Pablo ligando para seu primeiro cliente – Sou Pablo da agencia -------- e quero lhe oferecer um cartão...
No outro lado da linha a resposta vem e é:
- Senhor Pablo, eu gostaria de lhe oferecer a morte, a morte, a morte.
O coração de Pablo começou a bater rápido e assim ele vomita sangue e desmaia acordando na escuridão.
Onde estou? – Pergunta Pablo.
Em minha casa! – Responde um ser de belas asas.
Pablo diz:
- Como vim parar aqui?
Pare de fazer perguntas! Você veio aqui por ser muito bom! – Respondeu o ser soprando em sua testa.

Capitulo 3: Jogo

O que é você? – Perguntou Pablo.
Eu! Você já deveria saber, pois te acompanho desde o sei nascimento. – Respondeu o ser.
Pablo começa a suar e diz:
- Me diga logo quem é? E por que me trousse aqui?
Está bem, Pablo! Eu sou o medo e te trousse aqui para um joguinho. – Responde o Medo.
Pablo começa a rir e grita:
- Que brincadeira é essa! Já saquei tudo meus colegas de trabalhos tramaram uma brincadeira, pois hoje é meu aniversario!
O Medo bate palmas e diz:
- Parabéns então Pablo, mas está enganado, pois isto não é uma brincadeira de colegas de trabalho!
Como não? – Pergunta Pablo franzino os olhos.
Você morreu, idiota! – Responde o Medo.
Eu morri! Não pode ser! Eu ainda tinha muito que fazer! – Grita Pablo.
Então, já que quer voltar a vida do ponto em que parou aceite o meu joguinho. – Diz Medo com confiança.
Está bem, eu aceito! – Diz Pablo.

Capitulo 4: Regras

Muito bem garoto! Agora que abra o tabuleiro! – Grita Medo com entusiasmo.
Para que esse tabuleiro? – Pergunta Pablo.
Ora, você faz muitas perguntas, mas tem razão... Devo lhe mostrar as regras. – Responde medo puxando um tipo de quadro com algumas coisas escritas, bem estava escrito assim:
1º Sua vida até aqui, o encontro com seu medo já é uma grande vitória.
2º Essa vitória te dará uma vantagem de dez passos para a frente.
3º Esses dez passos devem ser usado com cautelas, pois você tem sete caminhos a escolher.
4º A quadros que te levam a morte imediata e quadros que te levam a vida, mas depende dos caminhos que escolher.
5º Sua vida é passada em pequenos filmes, para Você ver se realmente vale a pena voltar.
6º Os filmes podem ser falsos, mas você deve descobrir... Se dizer algo e estiver errado, volta dois passos para atrás.
7º A quantidade de passos que deve dar é definida por um dado.
Boa sorte e cuidado, pois suas memórias e medos podem te enganar.

Capitulo 5: Inicio

Pronto agora podemos começar! Que suba o labirinto! – Diz o Medo sentado sobre a porta que dá a vitória.
Pablo não entendeu muito das regras, mas disse:
- Eu escolho o sétimo caminho e desejo dar meus dez passos de vantagem agora!
O Medo autoriza e Pablo entra no sétimo caminho andando dez passos para a frente.
Hahaha! – Ri o Medo que diz – Ora, que péssima escolha... Vejo que o numero de Deus não te ajudou!
O quadro em que Pablo estava se abre e ele cai em uma ponte, que fica em um poço de lavas, o Medo diz:
- Ora! Que sorte a sua, devia te mandado tirar essa ponte.
Pablo grita e diz:
- Você é louco! Como posso jogar um jogo desses, eu vou morrer...
E você é tapado ou o que, afinal você está morto! Muhahahaha! – Disse o medo criando a primeira pena – Ah, antes que me esqueça quando formar minhas asas o jogo acaba e você perde... E olha já estou com uma pena!

...

Na realidade que conhecemos, os amigos de Pablo estavam super preocupados com o seu estado de saúde, alguns já pensavam até em enterrá-lo, mas os médicos tentavam os animar com noticias sem fundamentos.
Ele já era! – Disse Joaquina.
Como pode dizer isso? – Pergunto Juliano.
Pare de acreditar nó que os médicos dizem, ninguém consegue vencer o medo! – Respondeu Joaquina com ar sinistro.
O que! Você ainda acredita nessa besteira de jogo do medo, me faça rir! – Disse Fernando.
Cale a boca! Não é apenas um jogo é uma provação! – Grita Joaquina.
Por favor, não vamos discutir no hospital. – Diz Juliano.
Está certo, mas foi essa retardada que venho com histórias infantis... Não sei nem como Pablo foi se apaixonar por uma mulher estranha dessas. – Diz Fernando com deboche.
Ora, Fernando e qual é sua definição de “estranho”? – Pergunta Joaquina.
O silencio fica em resposta, Joaquina levanta e dá um tapa na cara de Fernando e diz:
- Quando não tiver respostas para uma simples pergunta, não diga asneiras... Vou a lanchonete deste horrendo hospital.
Fernando senta e engole as lagrimas da humilhação, ficando o resto do dia em silencio.

Capitulo 6: Perigo

Pablo, sinto muito em dizer que já era, mas temos que admitir a verdade e carrega-la como um bom peso. – Disse Joaquina tomando seu café.
...
Minha vez! – Disse o medo, descendo o primeiro vídeo.
No vídeo passava um trecho da infância de Pablo, ele jogava dama feliz com o avô, que morria em sua frente.
O que me diz, esse vídeo é real ou falso? – Pergunta o Medo com um sorriso.
Esse vídeo é falso! – Responde Pablo.
Muhaahahaha! Falso está errado! Como imaginei, você não se lembraria de algo pesado, nunca... Você nem participou deste enterro, Muhahaha! – Diz Medo alegre, pois mais uma pena nascia – E olha só faltam mais 18 penas para a formação da primeira asa!
A ponte quebra e Pablo fica sem poder jogar os dados, Medo ri e diz:
- Ora nesse quadro você fica uma rodada sem jogar a cada resposta errada, isso quer dizer que é minha vez de novo!
Outro vídeo desce e desta vez Pablo vê Joaquina sua amada, aceitando o seu pedido de namoro.
Este vídeo é real! – Responde Pablo entusiasmado.
O Medo morde os lábios e diz:
- Pode jogar os dados, mas dá próxima não facilitarei...
A ponte se reconstrói e Pablo joga o dado, dizendo:
- 6 passos! A sorte está do meu lado!

Capitulo 7: Vida contorcida

Minha vida, minha morte, afinal o que as ligam? – Se perguntava Pablo andando 6 passos para a frente saindo assim do posso de lava e entrando em uma sala de espelhos – O que vem agora!?
Ora ia esquecendo, volta dois passos para atrás, pois você errou uma das minhas alternativas! – Disse o medo.
Pablo dá dois passos para atrás e entende o motivo de ele ter usado essa vantagem agora, o quadro que ele caiu era o dá vida contorcida a sala de espelhos se tornou uma sala de lama e almas que diziam:
- Morte... Morte...
Pablo percebe seu corpo esfriando e diz:
- Como posso esfriar, se já estou morto!?
Simples! O seu coração está parando na realidade...

...

Os médicos se apavoram e tentam fazer de tudo para reanimar o garoto e não conseguem, eles então avisam os amigos de Pablo de sua morte.
Joaquina solta uma lagrima e diz:
- Eu já sabia! O jogo do medo é imbatível.

...

Ah, eu não posso morrer! Medo eu não possuo este medo! Você ainda não me venceu! – Disse Pablo aos berros.
Ah! Não me diga que ainda tem forças, mas mesmo que chegue a porta vai morrer. – Diz o Medo.
Não eu não morrerei, me mande o próximo vídeo! – Grita Pablo.
Medo sorri e diz:
Um vídeo neste cenário de desespero! Muhahaha, sua derrota já está destinada!
O vídeo aparece e suas cenas passam como um vulto, dando para se ver apenas a morte da mãe e do pai por facadas.
Pablo responde:
- Hum, este vídeo é falso, pois meus pais não morreram por facadas e sim por doença!
O medo esconde as asas que havia nascido e diz:
- Lance o dado.
Pablo respondeu:
- Não preciso, pois já estou na saída.

...

Pablo abre os olhos, mas estava dentro do caixão e enterrado ele começa a se rebater, mas ninguém o escuta, Medo que voava sobre o cemitério diz:
- Ninguém me vence, quando realmente há chegado a hora.
O atestado de óbito de Pablo estava errado, mas quem se importa ele já estava enterrado mesmo.
Fim


História de Vinicius Diniz Rosa© - Asas do medo

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