Aonde está a lua?
Vinicius Diniz Rosa
Hoje a noite está escura
A lua está escondida
E as tempestades caindo
Sobre sua janela como sinfonia
Você está sozinho em seus momentos
Pega um lápis começa a desenhar
Rasga mil idéias e joga no lixo
Vai para o computador
Começa a esboçar um romance
Então olha para tudo aquilo e joga na lixeira
Parece que as palavras são confusas
Sabe que se escrever B vão entender Z
Se assim for necessário
Pensa em figuras de linguagem
Mas lembra que serão lidas ao pé da letra
Pensa em construir personagens
Mas pode ser levado a mau
Se escrever um negro ruim
Ou um gay que odeia movimento gay
Não pode se expressar
Pois sabe que a patrulha não virá de censores
Mas de amigos tão próximos quanto sua sombra
Eis as entranhas de Grammsci
Tem sempre que se adequar ao linguajar ideológico
Onde a verdade é sufocada
Sem precisar de um cassetete
E mesmo que a diga
Será visto como um vilão mestre da insensibilidade
Hoje a noite está escura
E as palavras que foram ditas, distorcidas
Valeram mais que suas ações
Hoje a noite está escura
E me parece que sempre estará
O destino do homem é o estado forte e anomalia
A queda dos valores e o engano
A desvalorização do labor, do trabalho
Para a premiação do ócio
A escravidão retorna com boa intenção
Sem as correntes da casa grande
Temos as correntes da novilíngua
A é Z - Z é nada
E toda a caridade foi reduzida
A extorquir mais de seu bolso
Para dar a outro
Que jamais saíra da necessidade
Ficaram nas ruas com barricadas eternas
Esperando terra
Lutando contra uma burguesia "imaginária"
Onde ambos são roubados
A noite está escura
E não é idade média
É século XXI
Onde as palavras tem fogo que queimam, destroem
Mas não fazem sentido algum
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