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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Aonde está a lua?


Aonde está a lua?
Vinicius Diniz Rosa

Hoje a noite está escura 
A lua está escondida 
E as tempestades caindo 
Sobre sua janela como sinfonia 
Você está sozinho em seus momentos 
Pega um lápis começa a desenhar 
Rasga mil idéias e joga no lixo 
Vai para o computador 
Começa a esboçar um romance 
Então olha para tudo aquilo e joga na lixeira
Parece que as palavras são confusas 
Sabe que se escrever B vão entender Z 
Se assim for necessário
Pensa em figuras de linguagem 
Mas lembra que serão lidas ao pé da letra 
Pensa em construir personagens 
Mas pode ser levado a mau 
Se escrever um negro ruim 
Ou um gay que odeia movimento gay 
Não pode se expressar 
Pois sabe que a patrulha não virá de censores 
Mas de amigos tão próximos quanto sua sombra
Eis as entranhas de Grammsci
Tem sempre que se adequar ao linguajar ideológico
Onde a verdade é sufocada 
Sem precisar de um cassetete
E mesmo que a diga
Será visto como um vilão mestre da insensibilidade 
Hoje a noite está escura 
E as palavras que foram ditas, distorcidas 
Valeram mais que suas ações
Hoje a noite está escura 
E me parece que sempre estará
O destino do homem é o estado forte e anomalia
A queda dos valores e o engano
A desvalorização do labor, do trabalho 
Para a premiação do ócio 
A escravidão retorna com boa intenção
Sem as correntes da casa grande 
Temos as correntes da novilíngua 
A é Z - Z é nada
E toda a caridade foi reduzida 
A extorquir mais de seu bolso 
Para dar a outro 
Que jamais saíra da necessidade
Ficaram nas ruas com barricadas eternas 
Esperando terra
Lutando contra uma burguesia "imaginária" 
Onde ambos são roubados
A noite está escura 
E não é idade média 
É século XXI 
Onde as palavras tem fogo que queimam, destroem 
Mas não fazem sentido algum

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