Breve comentário sobre o livro "O que é
conservadorismo" de Roger Scruton
Acabei de ler o livro do senhor Roger
Scruton "O que é conservadorismo", livro que ele disse ter escrito em
momento de revolta e raiva, porém confesso aqui, queria eu ficar nervoso como
ele ficou para escrever esse livro, que em momento algum me passa essa raiva
que ele comentou.
O livro "O que é conservadorismo" traz para
nós uma forma bem didática e simples do que é essa coisa muitas vezes usada de
bode expiatório para irresponsabilidades revolucionárias, lendo esse livro, que
li com muita calma para não perder nada de importante, tive a percepção de que
o conservador, ele não para para idealizar um passado e nem para idealizar um
futuro, ele tenta olhar a realidade como ela é e manter as instituições e
coisas do mundo que funcionam, com um
certo caráter reformador, lembrei do Chesterton, quando ele diz:
"Ora, você sabe a cada instante que não
deve deixar as coisas como estão. Se deixa uma coisa sozinha, de fato a deixa
exposta a uma torrente de mudanças. se você deixa sozinho um poste pintado de
branco, em breve espaço de tempo terá um poste enegrecido; e se faz questão que
ele seja branco, então terá de pintá-lo de novo. (G.K. Chesterton Cap.
VII de Ortodoxia,
tradução de Gustavo Corção)."
Roger Scruton dividi esse livro em 9 capítulos,
comentarei aqui os que mais me chamaram a atenção.
O Capitulo 7 - A instituição
Autônoma, tem dois sub-capítulos, se é assim que se chama, que trata da
educação, um Chamado de Relevância e outro de Diploma Artificial, nesses dois
capítulos fica claro como a escola perdeu o senso de importância, fazendo o
aluno buscar estudos que não agregam nada de fato a possibilidade de
crescimento pessoal, como a escola se tornou um antro para "Salvar o
mundo" sabe-se lá do que, e não um local onde o aluno consegue bases e
ferramentas para se expressar. Como a
escola perde mais tempo discutindo os aspectos sócias do problema da competição
no futebol (como se isso fosse um problema de fato), ao em vez de prestar um
grande serviço de alfabetização. A realidade do ensino brasileiro, ficou
escancarada nesse capítulo e olha que o senhor Scruton é Inglês e nem pensava
em nós quando escreveu tal obra.
No mesmo capítulo, 7, ele traz outro
artigo falando de como surgem os valores importantes na sociedade, e o legal
desse artigo, Esporte Competitivo, é que ele usa o esporte para mostrar como
nasce os valores, gosto de pessoas que pegam coisas simples para explicar algo
que parece complexo, fica tangível e por isso, peço licença de colocar aqui uma
citação deste artigo:
"Uma
instituição autônoma não é somente um acordo com um propósito interno. Também é
uma instituição; É um acordo que pode ultrapassar seus membros individuais e
que lhes oferece um vínculo de associação transcendental. E é em tais arranjos
que a atividade mais facilmente gera e confirma uma ideologia. O caso do
esporte de espectadores demonstra isso. Tanto o jogador que ativamente busca o
objetivo quanto o espectador que o busca apenas indiretamente ensaiam uma forma
de identidade compartilhada. A busca simboliza os valores sociais que são
inspirados por ela: Lealdade, coragem, competição, resistência. Aqui, então, há
uma instituição simples e espontânea, que, ao perseguir seus propósitos
internos, gera uma consciência de seus fins sociais. (Roger Scruton, O que é
conservadorismo, capítulo 7)"
Aconselho a leitura deste e de
outros livros do senhor Scruton, em especial também "O pensadores da nova
esquerda", este que nós traz uma crítica, aos pensadores mais estudados
nas faculdades do brasil. Talvez o lendo, encontraremos o foco do problema,
para poder soluciona-lo.
Fico feliz que os editores brasileiros
estejam publicando este escritor e escrevo esse comentário sobre o livro, para
indicar a você leitor e leitora deste blog perdido na rede, uma excelente
leitura, já que estamos em tempos que apareceram muitos analistas políticos no
mundo, mas que nenhum parece nem se quer ler e conhecer daquilo que se propõe a
defender, vivem de chavões, chatos, cansativos, que não chegam nem perto do que
acontece de fato.
Texto de Vinicius Diniz Rosa
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