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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Breve comentário sobre o livro "O que é conservadorismo" de Roger Scruton

Breve comentário sobre o livro "O que é conservadorismo" de Roger Scruton

    Acabei de ler o livro do senhor Roger Scruton "O que é conservadorismo", livro que ele disse ter escrito em momento de revolta e raiva, porém confesso aqui, queria eu ficar nervoso como ele ficou para escrever esse livro, que em momento algum me passa essa raiva que ele comentou.
      O livro  "O que é conservadorismo" traz para nós uma forma bem didática e simples do que é essa coisa muitas vezes usada de bode expiatório para irresponsabilidades revolucionárias, lendo esse livro, que li com muita calma para não perder nada de importante, tive a percepção de que o conservador, ele não para para idealizar um passado e nem para idealizar um futuro, ele tenta olhar a realidade como ela é e manter as instituições e coisas do mundo que funcionam, com um  certo caráter reformador, lembrei do Chesterton, quando ele diz:
        "Ora, você sabe a cada instante que não deve deixar as coisas como estão. Se deixa uma coisa sozinha, de fato a deixa exposta a uma torrente de mudanças. se você deixa sozinho um poste pintado de branco, em breve espaço de tempo terá um poste enegrecido; e se faz questão que ele seja branco, então terá de pintá-lo de novo. (G.K. Chesterton Cap. VII de Ortodoxia, tradução de Gustavo Corção)." 
    
       Roger Scruton dividi esse livro em 9 capítulos, comentarei aqui os que mais me chamaram a atenção. 
       O Capitulo 7 - A instituição Autônoma, tem dois sub-capítulos, se é assim que se chama, que trata da educação, um Chamado de Relevância e outro de Diploma Artificial, nesses dois capítulos fica claro como a escola perdeu o senso de importância, fazendo o aluno buscar estudos que não agregam nada de fato a possibilidade de crescimento pessoal, como a escola se tornou um antro para "Salvar o mundo" sabe-se lá do que, e não um local onde o aluno consegue bases e ferramentas para se expressar.  Como a escola perde mais tempo discutindo os aspectos sócias do problema da competição no futebol (como se isso fosse um problema de fato), ao em vez de prestar um grande serviço de alfabetização. A realidade do ensino brasileiro, ficou escancarada nesse capítulo e olha que o senhor Scruton é Inglês e nem pensava em nós quando escreveu tal obra. 
     No mesmo capítulo, 7, ele traz outro artigo falando de como surgem os valores importantes na sociedade, e o legal desse artigo, Esporte Competitivo, é que ele usa o esporte para mostrar como nasce os valores, gosto de pessoas que pegam coisas simples para explicar algo que parece complexo, fica tangível e por isso, peço licença de colocar aqui uma citação deste artigo: 
   "Uma instituição autônoma não é somente um acordo com um propósito interno. Também é uma instituição; É um acordo que pode ultrapassar seus membros individuais e que lhes oferece um vínculo de associação transcendental. E é em tais arranjos que a atividade mais facilmente gera e confirma uma ideologia. O caso do esporte de espectadores demonstra isso. Tanto o jogador que ativamente busca o objetivo quanto o espectador que o busca apenas indiretamente ensaiam uma forma de identidade compartilhada. A busca simboliza os valores sociais que são inspirados por ela: Lealdade, coragem, competição, resistência. Aqui, então, há uma instituição simples e espontânea, que, ao perseguir seus propósitos internos, gera uma consciência de seus fins sociais. (Roger Scruton, O que é conservadorismo, capítulo 7)" 
   Aconselho a leitura deste e de outros livros do senhor Scruton, em especial também "O pensadores da nova esquerda", este que nós traz uma crítica, aos pensadores mais estudados nas faculdades do brasil. Talvez o lendo, encontraremos o foco do problema, para poder soluciona-lo. 
  Fico feliz que os editores brasileiros estejam publicando este escritor e escrevo esse comentário sobre o livro, para indicar a você leitor e leitora deste blog perdido na rede, uma excelente leitura, já que estamos em tempos que apareceram muitos analistas políticos no mundo, mas que nenhum parece nem se quer ler e conhecer daquilo que se propõe a defender, vivem de chavões, chatos, cansativos, que não chegam nem perto do que acontece de fato. 

Texto de Vinicius Diniz Rosa
      

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