Um conto de fada rápido
Era uma vez, já pensaram no por quê do "Era uma vez", não há frase mais genial e de mais vida, desculpe quem descordará, isso se tiver alguém que lê, "Era uma vez", expressão essa que não denota tempo, espaço, nada, sem contextos, sem grandes filosofias, pura, apenas um "Era uma vez", era uma vez uma casinha, era uma vez uma grande cidade, era uma ver um castelo, era uma vez um homenzinho, era uma vez, a chave para sonhos e pesadelos mais que perfeita, uma expressão que não abre as portas para a politicagem do dia a dia, para a revolta do dia a dia, para a amargura do dia a dia, apenas te dá a chave para abrir a sua mente e te levar em reinos e mundos que podem ser fantásticos, inexistentes, mas que te dão uma sensação tão boa, que te conforta para poder dormir no escuro sem os medos mundanos, apenas uma pequena expressão, impossível de ser usada para iniciar uma crítica ferrenha a algo, pois é transcendente e de tão transcendente educativa, lúdica, vence qualquer crítica e continua nostálgica e bela até ao final da vida, pois ali tem valores tão verdadeiros quanto a sua existência, se tem duvidas dela se mate.
Era uma vez o que que era uma vez e sempre será vez, a cada dragão morto, a cada vitória derrota e presságio, sempre será vez, a cada nova tecnologia a cada nova história, sempre sera vez de um era uma vez, vem se os Breachts da vida, vem se os Boais da vida, vem se o que for da vida, mas não vencem os era uma vez, não derrotam esse arcaico poderoso e cheio de verdadeiro encanto e maravilhamento, pois na tragédia o herói conseguiu ver a luz e vencer o dragão e isso é esperança verdadeira, onde no meio das adversidades da crueldade, se ergue por provações não por banalidades, pois sempre a um preço uma linha, uma grande espada reluzente, para a tal vitória, para o tal final feliz, que foi usurpado hoje e por que? Por ser algo que iludi? Ora, não temos os era uma vez e seus finais felizes, que nos iludíamos, mas temos o dito realismo, o dito contexto histórico social, a histórias políticas, que sempre acabam com o derrotismo e a revolta eminente da platéia, do leitor, com as lágrimas e a vontade de pare o mundo eu quero descer, que não nós apontam uma virgula que dê vontade de viver, mas só a grande tragédia, que nós esfrega na cara o quão horríveis nos somos e quanto horríveis podemos ser e mais nada... Saímos dos teatros, dos cinemas (principalmente o nacional), da literatura, com os olhos cansados e tristes, sem vida, apenas querendo quebrar, destruir, sem a capacidade de ver o belo, a arte perdeu essa capacidade, ela não revela mais a maravilha, ela revela nossa mesquinharia, nossa inveja e rancor e nada mais, nossos teatros são literalmente adornados com a podridão e metaforicamente também, nossa vida é da exaltação do grotesco, pois não acreditamos mais nem em Deus, nem uns nos outros, tratamos melhor um cachorro, pois dizem ele ser melhor que gente, mas não vemos a própria maldade da expressão, por nós insertarmos de olhar o outro ali... Mas o cachorro, o gato, o periquito tem todo o nosso amor, depois reclamam que todos se odeiam, quem está disposto a dar amor ao humano, nós temos a acusação, o pretexto para ridicularizar e difamar, nada mais... Não se compreende nada, não se procura compreender nada, só jogar os caguetes mentais para fora e tudo pronto para o aplauso, mas não se para para ajudar um que for na esquina de sua rua é muito legal cobrar do outro o que eu não sou, me esconde dos meus erros e pecados atrás dos erros e pecados dos outros, um bando de covardes, na vida e na arte, e ainda tem a pachorra de condenar um simples e genial "Era uma vez um príncipe, uma princesa, uma casinha, um elfo ou um dragão".
Texto de Vinicius Diniz Rosa
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