O fronte sagrado
Vinicius Diniz Rosa
Lastima, lastima, lastima, lastima
Canta essa voz, canta essa voz
Em tempestades e tempestades
Em desespero, canta essa voz
Que desejava o fim de todo o mal
Que desejava o fim da injustiça
Que desejava o fim das doenças
Que desejava o fim das dores
Em fim, agora que se encontra
Aqui em meu fronte
Agora que tem minha foice no pescoço
Canta essa voz, canta essa voz
Lastima, lastima, lastima, lastima
Voz desejosa, que desejava o futuro
O futuro aqui está lhe dando as mãos
E lhe explicando com a ternura
Que a esperança é última que morre
Pois morre com a chegada de seu futuro
Lastima, lastima, lastima, lastima
Agora canta essa voz
Desespero, em meu fronte
Eu ainda me surpreendo
Mas aqui está sua vitória
Em fim no solo da paz
Em fim no solo do silêncio
Lastima, pode cantar e clamar
Lastima, lastima, lastima, lastima
Mas não irá voltar, pois finda
Aqui nesse solo da igualdade
Pode gritar, mas os sons de sua alma
Sem a matéria são inúteis, inúteis
Bem vindo ao seu último sonho
Lastima, lastima, pode cantar
Mas sem males, não há bem
Só o silêncio e a podridão
Que reina aqui, em meu fronte
Em meu solo sagrado
Lastima, pode cantar, pode gritar
Mas seu grito não passará
Do mais puro som do silêncio
Bem vindo ao futuro
Pois ele chega, com garra, e mata!
Nenhum comentário:
Postar um comentário