Cemitério

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Cemitério
Vinicius Diniz Rosa

Eis aqui a última morada, eis aqui sua cova!
Eis aqui toda a liberdade, toda libertinagem
Toda moralidade, toda imoralidade
Toda dor, toda alegria, todos os prazeres
Todos os anseios, todos os ócios
Eis aqui, toda beleza, perfeição
imperfeição, pureza, agonia,
feiura, eis aqui, jazem aqui
Tudo quanto é profano
Tudo quanto é divino
Tudo quanto é sagrado
Tudo eis aqui, eis aqui putrefato
Eis aqui toda as memórias
Batalhas, vitórias, derrotas
Eias aqui o passado, o presente
E o que viria ser o futuro
Futuro que continua nos sonhos
De todos que aspiravam esperançosos
Realizarem seus mais íntimos desejos
Seja de salvar a raça humana
Ou de destruí-la!
Eis aqui todos que desejavam escravizar
Eis aqui todos que desejavam apenas viver
Eis aqui os líderes e seu fiéis, ou traidores súditos
Eis aqui, ah, eis aqui o vermelho do sangue
Eis aqui todos as histórias
Eis aqui todas as lágrimas
Eis aqui seu remorso, sua culpa!
Nas covas! Nos túmulos! Nos sarcófagos!
Eis que aqui repousará você
Eis que aqui depositaram seus sonhos
Eis que o futuro, finalmente chegou
Eis aqui o anjo que mais salva
Eis aqui a Morte e seu abraço
Com um sorriso malicioso
Olhando em meus olhos, e nos olhos de todos
Derrubando como simples dominó
Cada um, seja qual for a especie
Lotando o inferno, lotando o vazio
E rindo de todos os seres,
Desde os que conseguem sonhar
Aos que nada conseguem fazer
Eis aqui sua última morada
Nós braços acolhedores da morte
Fechas seus olhos para em fim
Descansar.. Tendo cumprido ou não alguma coisa
Eis que em fim, apodrece e desaparece
Sem dor, sem alegria, sem tristezas, sem prazeres
Apenas somem, e deixam os anseios, as lembranças
Como pragas e maldições, para os inimigos e amigos
Nunca esquecerem de mais um monte de merdas
Que sujou e plantou a culpa no mundo!
Eis aqui, eis aqui, eis aqui...