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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sua armadura


Sua armadura
Vinicius Diniz Rosa

Abaixo da mascará da moralidade, há uma carne tão podre quanto a de um porco
Abaixo da mascará da moralidade, há um segredo tão constrangedor e cruel
Abaixo da mascará da moralidade, há o medo de ser pego
Abaixo da mascará da moralidade, há o terror e o desespero
Abaixo da mascará da moralidade, há a dor e a infelicidade
Abaixo da mascará da moralidade, há o desejo de viver
Abaixo da mascará da moralidade, há a vontade de rir e chorar
Abaixo da mascará da moralidade, há um ser humano
Abaixo da mascará da moralidade, há um animal

Qual a perversidade que esconde do mundo?
Por que teme tanto seus extintos?
Será que já matou alguém? Será que tem culpa?
Quem será?

Abaixo da mascará da moralidade, há uma carne tão podre quanto a de um porco
Abaixo da mascará da moralidade, abaixo da mascará da moralidade, abaixo...
Bem no seu intimo há um tipo de remorso, há uma forma de carência!
Desejar, todos desejam, tanto faz se é carne que quer, ou se é materiais que deseja.
Mergulhado em pecado está, desde que nasceu, nasceu para guerra, ser humano
Abaixo da mascará da moralidade, há o desejo de ser, de viver, de experimentar
Abaixo da mascará da moralidade, se esconde um triste palhaço
Que teme a platéia e seus escancarados risos

O que quer? Para que quer?
Por que quer?
Será que já presenciou a chacina? Viu a dor nos olhos de alguém?
A quem?
Abaixo da mascará da moralidade, mora um anjo caído
Abaixo da mascará da moralidade, mora o monstro
Abaixo da mascará da moralidade, mora o animal, o humano
Abaixo da mascará da moralidade, mora eu, mora você, mora ele, ela, todos!
Abaixo desta mascará! Abaixo desta dor! Abaixo desta mascará!

Se tirar a mascará, o que há?
Se tirar a mascará, o que vê?
O que existe, o que tem, o que construiu, o que construirá?!
Nada, será esse o grande dilema
A dor, mascará da moralidade, esconde minha falhas
Mascará da moralidade, segura o caos
Mascará da moralidade, pode cair


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