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segunda-feira, 28 de junho de 2010

O meu maior desejo - Outra História!



História de Vinicius Diniz Rosa© - O meu maior desejo!



Você conhece a frase “Cuidado com o que desejas”, cuidado mesmo!

Capitulo 1: O que é desejar?

Meu nome é Marcos Florença e tive uma vida cheia de sonhos e rancores, bem o que isto importa para você... Nada, mas garanto que aos anjos e demônios a presença de meu espectro será gratificante...
...
Tudo começou aos meus quatro anos de idade, quando perguntei a minha mãe...
- Mãe!
- O que é? Não vê que to lavando roupa!
- Desculpa! Só tem uma pergunta!
- AH! Pergunta logo!
- O que é desejar?
- Nada de importante...
- Só isso?
- É só isso...
- Mãe!
- Ta bom, ta bom, desejar é um “sentimento” que a pessoa tem por um objeto ou pessoa, que o faz querer aquilo por tudo, ou, até mesmo, pela vida!
- Nossa!
- Nossa... Cala a boca e vai ver TV!
- Está certo...
Fui correndo para a sala, liguei a TV e um programa em especial me chamou a atenção, pois ele me embutiu na cabeça a frase “Cuidado com o que desejas” e eu tive medo de ter algum desejo na vida e...

Capitulo 2: Não possuo desejos!

Cresci, fiquei na mesma, um homem de classe média e sem desejos, nada me encantava nada me dava prazer, nem eu mesmo...
Certo dia, caminhando na manhã nebulosa nas ruas de São Paulo conheci um senhor, um mendigo, talvez...
...
- Meu jovem poderia me ajudar?!
- Me deixe, sou eu quem precisa de ajuda...
- Quem não precisa?
- Que tipo de pergunta é esta?
- Meu jovem é apenas uma pergunta, para que tanto ódio?
- Você tem razão, mas por que usa está mascara?!
- Meu jovem, você também usa uma mascara...
- Eu?
- Sim!
- Não a vejo, não a sinto!
- Não entre em pânico, pois a mascará – a voz do velho se altera – que usa é irritante e todos a têm! Ela existe e está em sua maldita cara!
- Velho! – Grito eu dando um tapa na cara do senhor fazendo seu rosto sumir e a mascará cair e ele diz:
- E eu sou o único que a uso para o verdadeiro rosto!
- Qual seu nome?
- Meu jovem, você não precisa saber, ninguém precisa saber, pois na verdade eu não o tenho!
- O senhor não tem nome?
- Não e, é por este motivo que não quero saber o teu nome, ora agora me chama de senhor... Por favor, pegue a minha mascara que jogou no chão!
- Sim...
Eu abaixei para pegar a mascara e o que me acontece era o inesperado, um grande choque eu levo e o velho, que me parece um demônio, ri da minha dor.
- Por que faz isto comigo, meu senhor?
- HAHAHA, eu não sou seu senhor! E não fiz nada, minhas mãos estão algemadas ao tempo!
- O que é o senhor?
- Eu sou aquilo que a mentira destorceu, eu sou aquilo que a verdade construiu, eu sou o que você é o nada e o vazio de seu tempo sem desejos!
- Cala a boca!
- Meu jovem como é ignorante!
- Cala a boca!
- Não!
- Então eu te matarei!
- Mataras um fantasma, HAHAHAHAHA! Vamos, esfaqueie, atire, enforca! Como o fará?
- Não acredito em suas farsas!
- Então por que devo crer que vai me matar, sendo que a maior mascara está em seu rosto!
- Mascara de novo este assunto de mascara!
- HAHAHA! Adoro sua tolice, nós nunca mudamos de assunto!
- Cala a boca!
Avancei no pescoço do velho, mas ele não o tinha, seu rosto era a mascara que não consegui pegar e devolver, eu cai naquele penhasco e minha cabeça estourou com o impacto, o velho gargalhou, e sentou sob meus destroços dizendo:
- Será mesmo que ele não tinha desejo algum? Será mesmo?

Fim do primeiro arco.

O meu maior desejo! – Morto pelo desejo


Capitulo 1: Agora estou morto!

Em espírito olhei meu corpo e vi aquela minha ilusão, que foi a criatura que me buscou... Fui até ele, quanto mais perto chegava o cheiro infernal do meu sangue me irritava e ele disse:
- Que cara de nojo é essa, meu jovem? Não gosta do aroma do próprio sangue, que vergonha o rapaz não se ama?
- Senhor por que me matou?
A roupa do velho mudou e um ser de manto negro, mascara portador de uma foice, asas tenebrosas e ar melancólico ele se transformou. E então ele respondeu com voz fúnebre e bela:
- Por que chegou a hora!
- Mas eu não senti o sabor de um desejo realizado, eu nem se quer tive desejos!
- Será?
- Como assim, ora, senhor se digo que não tive desejos e porque não os tive!
- Será?
- Com toda a certeza!
- Você é realmente um tolo, meu jovem!
- Por que diz isto?
- Por algum motivo é obvio!
- Motivo? E a morte tem motivos agora?
- A morte sempre teve motivos, quer que eu os liste? Meu jovem!
- É obvio!
- Então se sente que a lista será longa...

Capitulo 2: Os motivos da morte!

- Não preciso me sentar estou morto e dor não mais sinto!
- Como prefere meu jovem! Eis aqui os meus motivos:
1º - Tenho de salvar o planeta!
2º - Qual seria a alegria de serem eterno?
3º - Preciso ver as lagrimas e os sorrisos de uma vida concluída!
4º - Abro a porta da vida eterna.
5º - Dar a liberdade!
6º - Ter o principio, meio e fim!
7º - Abrir espaço para mais moradores!
8º - Acabar com as guerras!
9º - Criar as guerras!
10º - Dar uma razão a vida!
11º - Fazer os humanos valorizarem o que possuem, dando valor ao tempo, as coisas pequenas da vida e as coisas grandes também!
É só meu rapaz!
- Só?
- Sim, parece pouco mais faz grande diferença!
- Seus motivos são belos, você não é mal!
- É claro que não!
- Mas, eu não tive desejos, não tive sonhos... Eu não me enquadro neste quadro porque me matou?
- Por que todos desejam alguma coisa e o realizam, até mesmo sem saber!
- E qual foi o meu desejo, o meu maior desejo?
- O seu desejo, meu jovem, foi desejar não ter desejos para não correr riscos na vida... Não está lembrado dos seus quatro anos de idade, quando viu um programa da TV usar está frase “Cuidado com o que desejas”?
- Então aquilo foi desejar!
- Sim meu rapaz! E você conseguiu realizar aquele desejo e por isso te dou a vida eterna...
- Não acredito!
- Acredite, pois a verdade é que o seu maior desejo te deu a liberdade e o fim... Ah, meu jovem, adeus, tenho de buscar mais pessoas!
Aquele senhor desapareceu em minha frente e uma porta se abriu e um barqueiro apareceu, aquele barqueiro me deu medo... Eu subi no barco e ele me disse:
- Moedas?
Eu achei que não tinha, mas quando levantei as mãos duas moedas me apareceram e assim eu fui guiado ao...

Capitulo 3: Julgamento...

- Que rio é este?
Ninguém me respondeu, o silencio foi sereno... Apenas dava para se ver vários barcos e um na frente com outro ser! Ele estava com um pássaro nos ombros, pareciam conversar.
- Chegamos! – Disse-me o barqueiro com tom gutural.
Uma escada ele apontou e disse:
- Suba, lá encontra o juiz e será julgado!
Suspirei e obedeci, sai do barco e subi aquela escada, foi lindo era tudo dourado... Eu cheguei ao local do julgamento e uma fila enorme presenciei.
Passado muito tempo, chegou a minha vez um homem barbado me disse:
- Será que fez mal, será que fez bem?
- Deus, ele só fez bem... Não há nada que o condene.
- Maria eu não cuidei da vinda deste pessoalmente, mas sei que algum podre ele fez!
- Satã, não se intrometa!
- Parem de brigar!
- Desculpe grandioso pai e criador de todas as coisas! – Disse Satã e Maria.
Eu pensei, estou na presença de Deus, Maria, Satã e Jesus.
- Rapaz não fique pensando o obvio – Disse-me Jesus.
- Continuando com está corte – Disseste Deus.
- Este homem cometeu um crime à vida dele!
- Está acusação é muito grave, o que tem a nos dizer Marcos?
- Eu não fiz nada, senhor meu pai, sabe que não!
- Ele está mentindo!
- Como sabe satã?
- Ele se recusou a desejar, ele desejou não ter desejos!
- Isto é ultrajante! Porem ele deve ter vivido feliz, nesta condição te deixo entrar no...
- Pare, não termine ainda... Ele deu um tapa na cara da morte, não a respeitou!
- Isto já é ruim!
- Dedo duro...
- Só faço o meu trabalho!
- Eu o criador o sentencio ao fogo infernal!
- Espere!
- O que é agora Maria?
- A morte o provocou!
- Ela sempre provoca todos...
- Mas, senhor como ele saberia que era a morte se ela estava disfarçada e usando uma mascara!
- Tem razão, desta vez mandarei um humano ao paraíso!
- Perdi! – Reclamou Satã!
- Pode ir a porta é está à direita... Seu maior desejo foi se salvador não a Maria, eu já havia te sentenciado há muito tempo!
Eu chorei, pois não acreditava em inferno ou paraíso e agora estava entrando nele e ficaria em paz pela eternidade, pois na verdade, tecnicamente o meu maior desejo foi à paz.

Fim


História de Vinicius Diniz Rosa© - O meu maior desejo!

2 comentários:

  1. Mui belo, lindo dito! Citação sobre às nebulosas ruas de São Paulo! Maravilhoso! Agora, a história também! Belo!

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  2. Reli a história... Agora eu digo! Marcos Florença foi um homem que descobriu algo que John Stuart Mill tinha descoberto outrora! ... Mill tinha escrito: "Aprendi a buscar a felicidade limitando os meus desejos!" ... ...A falta de vaidade, é uma grande liberdade...

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