A arte e sua caminhada
Não sou perito, não sou um estudante ávido, só tenho opiniões, talvez descartáveis, sobre a arte, em especial ao teatro, mas aqui tentarei falar de maneira geral. Não vou colocar datas, e nem fazer um registro histórico apurado de nada, só vou colocar aqui uma pura reflexão do lamentável estado em que arte está caminhando, talvez possa não concordar com o meu ponto de vista, e me achar um tolo, mas acho necessário algo crucial, e diferente das rodas e dos papos cabeças.
Eu não tenho gabarito nem passado exemplar, para falar de estranhezas, normalidades, ou certo e errado, mas prezo muito pela liberdade, individual, e de expressão, acho indispensável, pois isso gera diversidade, e diversidade gera opções, e opções geram escolhas e escolhas geram liberdade, e liberdade de fato, geram consequências e responsabilidades, não dá para desmembrar, um homem livre é um homem que aceita e enfrenta as consequências, sem achar que é oprimido ou manipulado pelo vil sistema, mesmo por quê, estamos no século XXI, o século da informação, em todo lugar tem informação, mendigos conseguem se manter informados, pois tem muito mendigo inteligente, e além de estarmos no século da informação, podemos escolher o veiculo que mais nos agrade, e mais nos parece verdadeiro, digo isso, pois, somos humanos, e animais, apesar da racionalidade que não é questionável, somos racionais, mesmo cometendo todas as atrocidades, afinal, os vilões são os mais inteligentes, e como todo animal, individualmente falando, todos queremos se sobressair de alguma forma, e conduzir o mundo a nossa maneira, isso é fato, é inegável, por isso somos argumentativos, e, pensantes, e se não fossemos, ora, o dito irracional Leão, também faz suas guerras para ver que vai ser o líder do bando, é da natureza do humano e do animal, principalmente do mamífero, assim sendo, no fundo, todos os ideais por mais nobres que sejam, surgem pelo desejo egoísta.
O problema do humano, é que ele, é complexo de mais, e cria muito, assim estamos a deriva em uma rede, onde tudo é ligado, mas nada se conversa.
Agora vindo ao caso, "Arte", crianças fazem arte, por sua natureza exploradora, e criativa, para tentar solucionar problemas, brincar, tanto de carrinho quanto de boneca, é uma arte, por isso no teatro, o termo "Brincar" é muito usado, juntamente o termo "Jogar", porém acrescentando uma coisa, que é, a reflexão, e a capacidade de ser/estar do ator, a entrega.
O assunto que esse texto vai tratar, é o que é a arte, para que serve a arte. Sem ser é isso, e acabou, faça só isso.
Inicio, com as seguintes frases que postei no facebook:
1 - A arte lutou tanto contra preconceitos, tabus, conceitos, que acabou gerando preconceitos, tabus e conceitos dentro dela mesma, é deprimente...
2 - Analisando algumas coisas, percebo que o conceito de arte está cada vez mais limitado...
Por que digo isso?
A "inteligência, a nobreza, no sentido de a bondade reluzente, e cheia de boas intenções", está tomando posse, controle, do que é ser um artista nos dias de hoje, e descartando muita coisa ainda válida, e descartando muitas técnicas válidas, apenas pelo status, não digo isso de seus realizadores, mas daqueles que os analisam de fora, os estudantes, historiadores, e afins, pois esses seres, querem sempre traçar uma linha, e com o discurso, do "Seja livre" na boca, mas você é livre, para montar uma coisa abstrata, que é válida, pode até ter seu significado, mas não é livre se quer usar uma linguagem mais realista, é julgado como burro e vendido, então a arte, está se limitando e se tornando o que ela mais lutou para não se tornar, cheias de regras e tabus, de como deve ser feito uma obra, onde ser livre é apenas o pintar de uma linha, que é óbvio que a pessoa que ver o quadro, vai ficar lá meia hora ou mais, pois tentamos sempre entender o que estamos vendo... E não por estarmos mergulhados naquela linha preta no fundo branco.
Acabei de sair de um processo contemporâneo, Vacantes, uma peça de teatro, que por sinal me ensinou muito, e nada é descartável, além de ter conhecido pessoas excelentes, e que valem ser conhecidas, e nesse processo, nesse meio, perdurou até agora o termo, teatrinho, esse termo para classe cabeça, inteligente, representa aquele teatro de platéia dita por esses morta, passiva, porém eu descordo totalmente, se a leitura desse termo, for por esse lado, afinal é muito limitador, e desrespeitador ao trabalho do colega de profissão, pois eu penso da seguinte forma, você, pode fazer a pior merda da sua vida, eu posso descordar de todos os seus pontos de vista, mas se você, acha que está certo, acha que está sendo inteligente, está feliz assim, ótimo, eu vou lhe respeitar como você o é, pois você sendo como é, tem a possibilidade de criar saídas, pesquisas, coisas que eu não consigo por alguma razão, porém no meio intelectual, cabeça, percebo, sempre, a tentativa de gerar um padrão, nada é correto até ter uma caixa, e determinada caixa vai ser a errada, e quem gostar da cor que pertence a caixa errada, está sendo vil e cruel, logo não tem liberdade... Então voltando ao termo teatrinho, digo, que não é o dito passivo, de platéia dita pelos de cabeça morta, mas digo que é aquele teatro, em que o ator, não conseguiu ser/estar, que ele não conseguiu, passar a verdade naquele trabalho, que não se teve entrega, super objetivo, que pode ser uma coisa nobre, ou uma coisa egoísta, independente do que for, se for efetivo, vai reverberar na platéia de uma forma que cause a reflexão, pois a platéia não é burra, ela não precisa que o ator pule no seu colo, para o teatro ser efetivo, ela precisa ser convencida daquilo, e ver que aquile sentimento, aquela mensagem dada pelo personagem, é o que o ator quer passar com o seu super objetivo.
Porém, ficamos presos ao querer sempre ser o inteligente, o sábio e limitamos assim, nossa própria arte, pois minha crítica social, pode estar errada, cheia de inverdades, pois o que eu acho certo, pode ser um embuste, assim como o que você acha, e por isso a arte é tão diversa, tão bela, pois é feita, por diversos pontos, ela não é aquela coisinha homogênea perfeitinha (ou nem tanto), ela é grande invade tudo, mesmo que seja feita de uma forma extremamente naturalista e realista, pois o a arte precisa, não é dos limites, sejam eles qual forem, mas de artistas que se coloquem como são, e desse como são, gerarem a comoção e a reflexão na platéia, no expectador. E não só o estranho o diferente, mas tudo, o seu tipo de arte, o que te faz respirar...
Se a arte, não tomar cuidado, ela virará uma caixinha cheia de regrinhas para ser aberta e usufruída, e isso a matará, e matando a arte, se mata uma boa parte do que é ser vivo, do ter o que refletir.
Assim sendo, para mim, peças realistas, naturalistas, musicais, seja de qual generô ou modo, são necessários, e todas tem uma crítica, nenhuma é feita atoa, sendo importantes, para manter o direito a escolha, e a liberdade de expressão... Liberdade essa, hoje dominada por pequenos grupos, que por alguma razão desconhecida, se tornaram a voz da razão, um mal, pois acabam sempre se tornando o que mais detestam, ditadores, Hitlers da vida, afinal Hitler era um artista...
Texto de Vinicius Diniz Rosa
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